A semifinal da Copa Super 8 terá um duelo entre KTO Minas, que já esteve nessa fase em quatro edições anteriores, e CAIXA/Brasília, que faz sua estreia na competição. A partida ocorre nesta terça-feira (28/01), às 19h, na Arena UniBH, com transmissão do sportv, YouTube do NBB CAIXA e NBB BasquetPass. No embate, um encontro que não seria o óbvio, mas que ganha destaque porque envolve descendentes de basqueteiros. Franco Baralle, do KTO Minas, é filho e neto de jogador na Argentina, enquanto Pedro Mendonça, que é o substituto imediato de Daniel Von Haydin no CAIXA/Brasília, é filho de jogador que nasceu na França, jogou por aqui e no velho continente. O armador e o ala garantem que não há pressão a mais por terem o basquete no sangue. Um dos dois terá sua primeira final de Super 8 para contar nos almoços em família.
Na única vez que o KTO Minas avançou a final da Super 8, o time saiu campeão em 2022. Duas temporadas depois, veio o armador argentino Franco Baralle vindo do Quimsa (ARG). Mas aquele não era o primeiro clube do, então, eleito melhor jogador sub-23 da Liga Argentina da temporada 2022/23. Baralhe começou no Atenas, clube de sua cidade, Córdoba, por causa da influência de seus familiares no clube. "Meu sobrenome, na Argentina, particularmente no Atenas, é um nome forte. Meu avô foi presidente, depois meu pai foi jogador e eu também. Meu pai conquistou títulos, ganhou a Liga Nacional, a Liga Sul-Americana. Me formei lá no Atenas, comecei a jogar profissionalmente lá, então, acredito que é importante para o clube e para a cidade de Córdoba. Não carrego nenhuma responsabilidade por isso, mas uma sensação de orgulho".
Mesmo antes das duas temporadas no NBB CAIXA, Baralle já tinha provado que a qualidade de seu jogo foi o maior mérito para ser jogador profissional e não pela influência familiar. Tanto que conquistou o primeiro título da Basketball Champions League Americas com o Quimsa antes de vir ao Brasil. Por aqui, na temporada de estreia, o argentino foi campeão do Torneio de Habilidades do Jogo das Estrelas 2024 e indicado entre os três finalistas ao prêmio armador do ano. Além disso, conduziu o time à semifinal da Copa Super 8 de 2024 e à semifinal do NBB CAIXA. No principal campeonato de basquete do país, já tem 59 partidas, com 12,4 pontos de média, 3,4 rebotes e 4,8 assistências para uma eficiência de 13,9. Na temporada atual, é o terceiro em pontos do time, segundo em assistências e quarto em eficiência.
Tudo isso teve uma origem e as primeiras orientações vindas de casa. Eder Baralle é o avô que foi presidente do Atenas e German Baralle, o pai que conquistou títulos. Mas, orientação é diferente de pressão. O armador de 26 anos ressalta que seus parentes tratam com tranquilidade a questão. "Mesmo vindo de uma família de basqueteiros, não tem uma pressão ou uma cobrança dentro de casa, pelo contrário. Tanto meu avô com o meu pai quanto meu pai comigo, foi mais orgulho e felicidade de verem o filho jogando basquete profissional, foi mais esse lado de ter essa sensação de satisfação e deixando o filho fazer o que gosta."
E completa com os valores que o pai transmitiu: "Sempre tivemos uma distância no que diz respeito a cobrar muito sobre o que eu tinha que fazer na quadra. Deixei claro que eu queria que ele fosse meu pai, não meu treinador, mas ele sempre me aconselhava em algumas coisas. Principalmente fora da quadra, sobre como levar o esporte, como ser profissional. O que mais lembro dele é que ele sempre me dizia para ter humildade e para ter sacrifício para fazer as coisas. Treinar ao máximo, que tudo o que vem de bom é resultado do trabalho. Ele sempre foi um trabalhador, não só no basquete, mas na vida. É um dos grandes ensinamentos que ele me deu."
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Similarmente, Pedro Mendonça, do CAIXA/Brasília, usou as referências paternas para a carreira que já tem duas Liga de Desenvolvimento de Basquete e 11 temporadas no NBB CAIXA. Seu pai, Jean François Ferreira da Silva, "nasceu na França, mas veio muito cedo para o Brasil, começou em Brasília, logo foi para São Paulo e teve passagens por alguns clubes, Presidente Prudente, Jacareí Trianon, Lwart Lwarcel, os dois times de Franca (Sabesp/Franca e Dharma Yara Franca). Depois foi para fora do Brasil, jogar na França e ficou tês anos, jogou no time de Lourdes e Proville", conta o ala que completou 30 anos nesse mês de janeiro.
Pedro é natural de Brasília, mas seu caminho no basquete nacional começou na base do Sesi Franca, onde teve suas duas primeiras temporadas como profissional, antes de jogar no antigo time de sua cidade natal, que conquistou três NBB CAIXA. Fez a temporada 2017/18 no Caxias do Sul Basquete, antes duas temporadas pelo atual CAIXA/Brasília e mais três no retorno ao time gaúcho. Na última temporada, estava no Bauru Basket e foi semifinalista do principal campeonato de basquete do País com o Dragão. Agora, retornou ao local de seu nascimento e ganhou mais importância no time candango, com a lesão de Daniel Von Haydin, para essa semifinal da Copa Super 8. Ao contrário de sua equipe atual, não é um momento novo em sua carreira, já que estava nessa mesma fase com o Caxias, em 2022.
Na família de Pedro também há compreensão ao invés de pressão por parte do pai. "Para falar a verdade é normal, meu pai nunca me obrigou a jogar, as coisas aconteceram naturalmente. Quando eu decidi seguir por esse caminho, meu pai me mostrou alguns atalhos e as coisas que eu teria que abrir mão pra ser um atleta profissional. Hoje em dia é zero cobrança, só críticas construtivas e conselhos de quem já viveu as mesmas situações."
O ala do CAIXA/Brasília lembra que não teve muitas oportunidades de ver o pai em quadra, mas que tenta aplicar os mesmos valores que o jogador Jean François traduzia atuando. "Me inspiro na dedicação, no comprometimento e no trabalho duro que recompensado. Eu vi pouco meu pai jogar, era muito novo quando ele parou, mas, pelos vídeos, com certeza o jeito que ele armava o time no ataque e, principalmente, na defesa, pressionando quadra toda e colocando muita energia para o time é o que trago comigo." Além disso, o pai Jean François fez o filho Pedro carregar valores como cidadão. "Ser um homem com caráter íntegro, de estar 100% dedicado, nunca passar por cima de ninguém para chegar nos meus objetivos pessoais e sempre tentar levar a vida com mais suavidade e felicidade", completou.
O privilégio de ver o pai em quadra também pouco foi visto por Baralle. "O estilo de jogo era diferente, jogava-se de outra maneira que, claramente, naquele momento, era a melhor forma de jogar basquete na Argentina. Não consegui assistir aos jogos do meu pai porque ele se aposentou quando eu nasci. Quando criança, eu assistia aos campeonatos de veteranos, que eram muito divertidos", relembrou o armador argentino do KTO Minas.
Agora, a vez é dos pais torcerem por suas proles nesta terça-feira e ficarem ainda mais orgulhosos de verem os filhos em quadra. Pedro procura separar a questão e se concentrar no jogo. "Essa parte da família deixamos do lado de fora da quadra, o jogo por si só já vai ser bem disputado e cada um defendendo o seu para chegar na final da Super 8". Franco Baralle completa com o sentimento da nova geração honrando o legado deixado: "É bom ver como os filhos dos ex-jogadores ainda continuam representando o basquete".
O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e patrocínios oficiais Penalty e UMP e apoio oficial Infraero, IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.
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