Rua Professor Ismael Alves dos Santos, 560, Vila Mogilar. Esse é o endereço do Ginásio Professor Hugo Ramos, local onde o Mogi Basquete manda suas partidas no NBB CAIXA, e também pode ser utilizado por Alexandre Alvarez Rios, o Alê, como comprovante de residência. Natural de Mogi das Cruzes, o profissional de 51 anos trabalha desde 2013 no clube mogiano e define o que o local representa para ele. "Faz uns 12 aninhos que é minha casa. Eu passo mais tempo aqui do que em casa. Eu convivo mais com o pessoal daqui do que em casa. Meus filhos passaram por aqui, um (Lucca) ainda está aqui. É minha casa mesmo, pelo tempo, pelo gosto, pela dedicação que eu tenho com o trabalho aqui", afirmou.
A rotina diária começa cedo. Às 7h45, Alê chega em casa (ou melhor, ao ginásio) para um trabalho específico com parte do elenco profissional que tem Fernando Penna como treinador. Os demais jogadores vão chegando para o treino, que tem início por volta das 10h. Depois disso, o auxiliar dá aquela passadinha rápida na sua (segunda) casa e retorna ao Hugo Ramos para treinar o time sub-16. Quando não precisa comandar o treinamento, ele cuida da edição de vídeos e outros detalhes da programação da equipe. O dia só se encerra por volta das 21h, após mais uma atividade da equipe principal.
O primeiro treinador com quem Alê trabalhou no Mogi Basquete foi o espanhol Francisco García Alvarez, popularmente chamado de Paco García. Com ele, o time mogiano foi vice-campeão da Liga Sul-Americana, em 2014, e do Paulista, em 2015. Foram ainda duas semifinais do NBB CAIXA, nas temporadas 2013/14 e 2014/15. "Uma outra lembrança é o ginásio nas semifinais do NBB CAIXA, na época que era o Paco ainda o coach. Isso aqui (Hugo Ramos) lotava de um jeito de ter fila. Acabava um jogo e o pessoal entrava na fila para buscar o ingresso para o próximo. O ginásio ficava lotado, com os torcedores cantando o hino nacional à capela", relembrou, que ainda foi auxiliar de Danilo Padovani em dois momentos diferentes. "Experiência e aprendizado você pega com todos", comentou.
Alê também trabalhou com Jorge Guerra, o Guerrinha, quando viveu um dos momentos mais marcantes de sua trajetória de 12 anos. Em outubro de 2016, o Mogi Basquete superou o Bauru Basket no segundo jogo da final do Campeonato Paulista, em um Hugo Ramos lotado, por 69 a 61, fez 2 a 0 na série e conquistou o título que não vinha desde 1996. Aquela equipe tinha jogadores como Larry Taylor, Shamell, Jimmy, Tyrone, Caio Torres, Elinho, Gerson e Filipin. "Uma lembrança muito gratificante foi o título paulista de 2016, que foi conquistado depois de bastante tempo. A última vez antes disso tinha sido em 1996, em uma outra época, e isso me marcou bastante", afirmou o profissional, que também esteve presente na campanha do vice-campeonato do NBB CAIXA em 2017/18.
Além de treinadores, claro, Alê conviveu com diversos jogadores ao longo desses 12 anos em Mogi. "É difícil falar em nomes para não esquecer ninguém", começou para, em seguida, dizer aqueles que foram mais marcantes. "JP Batista era um exemplo de dedicação e profissionalismo. O Fúlvio era craque, com leitura de jogo, tinha uma noção enorme do queria. Trabalhei com Shamell, Larry (Taylor), Tyrone... para citar os americanos. Eram ambiciosos na hora do jogo para resolver. Eles se entendiam do jeito deles", revelou. Do atual elenco, Guilherme Lessa recebe muitos elogios. "É sangue nos olhos o tempo todo. Desde novinho sempre teve essa garra. Ele é exemplo de trabalho."
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Mas com tanto tempo de casa há também passagens engraçadas. A principal delas aconteceu pouco depois da sua chegada ao Mogi Basquete. Em 2013, Alê era treinador do sub-19 e fez uma promessa aos jogadores que, no fim, se tornou um pesadelo. "Para dar uma moral ao time, eu prometi pagar um churrasco sempre em caso de três vitórias. Aí começou o ano, ganhamos três e eu paguei um churrasco. Vieram mais vitórias, o time foi super bem na temporada e acabou que estou devendo churrasco até hoje, porque não tinha dinheiro para bancar tanto churrasco assim, não", contou, rindo.
Para quem lembrar da história e ainda quiser cobrá-lo por não cumprir sua promessa de pagar um churrasco basta ir ao ginásio Professor Hugo Ramos, na Rua Professor Ismael Alves dos Santos, 560, Vila Mogilar. Alê está todo dia por lá, afinal é sua casa.
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O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e patrocínios oficiais Penalty e UMP e apoio oficial Infraero, IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.
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